Você quer bater?

O martelo está em suas mãos... pode bater! O cravo já está colocado no lugar correto do braço ensangüentado. Não há nada que possa impedi-lo, a vítima já está moribunda mesmo. São só mais umas batidas, só mais um pouco de sofrimento para alguém que está esperando a morte.

Você se sentiria culpado por isso? Por, talvez apressar a morte de uma pessoa, aliviar o seu sofrimento? Sim? Não? Pense bem, a eutanásia está em alta... são só umas batidas com o martelo no cravo! A essa altura ele não deve sentir mais dor alguma, as lágrimas já devem ter secado completamente.

O único problema é que esse homem está no seu lugar. Você é quem deveria estar na posição dele, pronto para ser pregado em uma cruz, depois de passar por horas de tortura. Tudo o que ele fez foi por amor, para que você tivesse a chance de viver uma vida plena, livre do pecado que leva à morte.
Saber disso tudo com certeza pesa no seu coração, mas você prefere desfrutar de sua vida, aproveitar o que está ao seu redor. O cravo e o martelo já estão prontos mesmo, mais tarde você volta para ver o que aconteceu com ele... quem sabe pode até pedir desculpas e deixar tudo numa boa! A ordem agora é diversão, não importam as conseqüências, não importa se está certo ou errado, se é pecado ou não...
Com a decisão tomada, você se aproxima do lugar preparado. À sua frente, um corpo coberto de sangue misturado à areia, repleto de moscas ao redor espera pela sua ação. Algo simples: fixar os cravos para que o homem possa ser erguido.
O soldado, então, lhe alcança o primeiro cravo. 15 cm de ferro puro, os quais entrarão completamente no braço de uma pessoa, perfurando músculos, vasos e nervos. Enquanto você demarca o local mais apropriado para a fixação, uma tentativa de movimento daquele homem lhe chama a atenção. O que será que ele quer? Você percebe que o seu rosto, desfigurado, tenta olhar na sua direção. Os lábios, secos e feridos, começam a se mexer.
No entanto, o tempo está passando e você quer se livrar disso de uma vez. O martelo já está em suas mãos... é só bater. Uma última olhada para a vítima, somente para conferir seu estado deplorável. Nesse exato momento você escuta um sussurrar, quase imperceptível, vindo dos mesmos lábios de antes: “Eu te amo!” Dos olhos do homem, agora, correm lágrimas... de amor. Amor por um povo que o rejeitou, que não se importa com ele, que quer viver satisfazendo os próprios desejos.
O seu coração pesa novamente. Entretanto, nada pode impedi-lo agora, a sua carne está fervendo. E com todas as suas forças... você bate! O sangue quente espirra por todos os lados, atingindo sua face. O corpo do condenado se contorce e a dor aguda gera brados abafados. O peso de carregar o pecado da humanidade nas costas aumenta. Mas você não pára, uma segunda batida é dada e o sofrimento parece aumentar cada vez mais.
Ao fim do processo de pregação dos cravos, você está exausto e encharcado de suor e de sangue inocente. Agora já é tarde demais, você está sujo pelo pecado e o homem... morto pelo seu pecado.

Lembre-se disso: cada vez que você peca essa história se repete. E enquanto você não quiser parar de pecar... você continuará matando este homem: Jesus.
Você quer bater?

“Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados”. Is 53.5
“Se confessarmos nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. 1Jo 1.9
“Declarou Jesus: ‘Eu também não a condeno. Agora vá e abandone a sua vida de pecado”. Jo 8.11

Tiago Maas